Resenha “A Garota Alemã”, Armando Lucas Correa

download (7)Livro: A Garota Alemã

Autor: Armando Lucas Correa

Tradutor: Denise de Carvalho Rocha

Editora: Jangada

Número de Páginas: 408

Sinopse: Baseado numa história real, A Garota Alemã é um romance magistral. A bordo do famoso transatlântico St. Louis, uma garota de 11 anos e 936 refugiados judeus fogem da Alemanha Nazista. Berlim, 1939. Hannah Rosenthal, de 11 anos, tinha uma vida de contos de fadas. Ela passava as tardes no parque com seu melhor amigo, Leo Martin. Mas, agora, as ruas estão cheias de nazistas. Eles vislumbram uma esperança para sair desse inferno: o St. Louis, um transatlântico que pode propiciar aos judeus uma travessia segura para Cuba. Mas logo as circunstâncias da guerra mudam e o navio que era sua salvação agora parece ser a sua sentença de morte. Nova York, 2014. Anna Rosen, ao fazer 12 anos, recebe um envelope misterioso de Hannah, uma tia-avó que criou o pai falecido. O conteúdo do envelope inspira Anna e a mãe a viajarem a Cuba para conhecer Hannah e descobrir a verdade sobre o trágico passado da família.

 

Minha Resenha

 

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Hannah Rosenthal é uma garota alemã. Hannah tem 11 anos e devido a situação da Alemanha em 1939 ela e sua família eram considerados privilegiados. Seu pai era seu porto seguro, sempre ali a sua disposição, um grande homem. Sua mãe sempre era uma mulher muito elegante, sempre linda, cheia de jóias maravilhosas, roupas finas e sempre bem perfumada, sua mãe era uma deusa de beleza.

 

“Tenho quase 12 anos e já decidi: vou matar meus pais.”

 

Tudo parecia maravilhoso para Hannah, mas aos poucos ela vê tudo se ruir, acompanhada de seu amigo Leo ela começa a ser maltratada pelas pessoas nas ruas, chamando-a de impura, suja e a hostilizando.

Quando sua família começa a perder seus bens e percebe que a situação para os judeus e para pessoas de famílias mistas (caso dos Rosenthal) não está nada boa, o pai de Hannah decide que é hora de sair da Alemanha. A única forma que encontram é embarcra no St. Louis, com mais de 900 refugiados, partindo para Cuba e fugindo de uma Alemanha Nazista que lhes davam muito medo. Além de sua família, Hannah teve a sorte de que Leo e seu pai conseguisse ir para Cuba também, e esse era o único motivo pelo qual ela ainda sentia-se um pouco confortada.

 

“Sou forte, mamãe. Você pode me contar qualquer coisa. Eu não gosto de segredos. E me parece que essa família está cheia deles.”

 

Anna Rosen também é uma garota alemã, na verdade de descendência alemã, uma vez que nasceu em Nova Iorque. Anna começa a nos contar sua história em 2014, também com seus 11 anos de idade. Ao receber um uma encomenda muito misteriosa vinda de Cuba e enviada pela sua tia avó, que ela nem sabia que tinha, e que também criou seu pai, Anna decide ir para Cuba com sua mãe para conhecer um pouco mais sobre as suas origens e a sua família.

 

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Quando comecei a leitura do livro, não imaginei que a história pudesse ser tão rica. Além de ter sido baseada m fatos reais, a história por si só nos emociona do começo ao fim. Conheceremos o poder da amizade e do amor entre familiares e conhecidos, e é através desse amor que os Rosenthal conseguiram sobreviver, mesmo que em um mísero número.

 

“Eu não tenho medo da morte. Que chegue a hora final, que tudo se apague e eu fique no escuro. Eu não tenho medo de me ver entre as nuvens, contemplando os que aqui ainda caminham em liberdade pela cidade. Morrer é como se a luz se apagasse, e com ela, todas as ilusões.”

 

Hannah é uma mulher muito forte e que sofreu muito, ela viveu o Holocausto, a Segunda Guerra Mundial, a Revolução de Cuba e mesmo assim resistiu. A sina das mulheres da família Rosenthal era sofrer, enquanto dos homens era desaparecer/morrer. Não posso negar que a história é muito triste, mas ao mesmo tempo é inspiradora, que mesmo trazendo muito sofrimento é um livro que trás uma paz no coração quando concluímos a leitura.

Armando Lucas Corra arrasou em seu livro, com um trabalho de pesquisa de dar inveja, o livro conta com um teor histórico muito detalhado, o que atiçou muito a minha curiosidade. Outra coisa que chamou muito a minha atenção foi a mescla entre passado e presente, o que deixou a história ainda mais dinâmica.

 

“Há momentos que o melhor é aceitar que tudo está acabado, que não há mais nada a fazer. Desistir é perder as esperanças: render-se. É assim que me sinto hoje. Não acredito em milagres.”

 

Outra coisa que não posso deixar de destacar na edição, encontramos fotos e alguns textos de pesquisa do autor, deixando a obra ainda mais rica.

A Garota Alemã foi uma grande surpresa para mim, e com certeza entra na lista dos meus livros queridinhos que falam sobre o Nazismo, Holocausto e Segunda Guerra Mundial, e que deve ser lido por muitas pessoas, não tenho dúvidas de que irão amar.

Por Bia Sousa

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