Resenha “Mundos Paralelos: A Ponte”, Rosana Ouriques

MUNDOS_PARALELOS_1498093967689507SK1498093968BLivro: Mundos Paralelos – A Ponte

Autor: Rosana Ouriques

Editora: Insular

Número de Páginas: 226

Sinopse: Desde que o deus Uno se dividiu e se despedaçou, os mundos superior e inferior e seus respectivos seres lutavam para sobressaírem-se, obtendo o domínio dos mundos paralelos. Os que eram essencialmente bons queriam que o bem dominasse; os que eram essencialmente maus queriam que o mal reinasse, mas não era assim que deveria acontecer. Para que o equilíbrio fosse restaurado, tanto o bem quanto o mal eram necessários. A dualidade existia para que a harmonia fosse alcançada. O deus Uno havia se fragmentado para que cada partícula de sua essência pudesse alcançar o conhecimento e assim, evoluir. Na verdade não existiam opostos, apenas intensidades diferentes. O bem é tão somente o mal em sua menor intensidade; e o mal é igualmente o bem um seu menor grau, mas um não pode existir sem o outro. Ambos nasceram de uma mesma fonte. Ambos possuem a essência um do outro. Ambos são um.” A ponte era o único caminho que conduzia aos mundos paralelos, somente os filhos do ar é que podiam ir a estes mundos sem ter, necessariamente, que cruzar a ponte. Todos os outros filhos dos deuses e os demais seres precisavam atravessá-la.

 

Minha Resenha

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Em Mundos Paralelos: A Ponte, uma fantasia nacional que me encheu os olhos logo de cara, e olha que eu nem sou fã do gênero.

“Você deve ser quem é e não quem os outros esperam que você seja. Precisa aceitar o seu eu nesta fase de sua vida, mesmo que para isto seja necessário opor-se a certos conceitos e valores.”

No livro conheceremos Angak, uma jovem sedenta pelo conhecimento e que busca respostas sobre mundos paralelos, deuses e princialmente sobre si e sobre o que lhe cerca. Angak tem o dom da visão e consegue enxergar o mundo paralelo, coisa que as pessoas ao seu redor não conseguia, mas ela não sabia porque tinha esse dom, e nem o que significava, o que fazia com que ela sempre andasse confusa. Nossa protagonista  queria respostas, e não mediria esforços para isso.

O livro tem um traço de empoderamento feminino bem grande, Angak acha errado não concordar com o que foi ensinado desde pequena, mas ao mesmo tempo não concorda com muita coisa que foi imposto às pessoas.

“O inverno da vida. É no inverno, quando se perde toda beleza, toda cor, quando todos são despojados de toda certeza e verdade; é aí que todos se tornam mais fortes.”

Nessa jornada, Angak contará com a ajuda de sua irma Anahita, sua amiga Maya e sua vizinha Nandecy que por sinal é uma senhora bem misteriosa, para desvendar esse mistério que cerca a sua vida.

Esse livro foi uma leitura que me surpreendeu muito, principalmente por ser perceptível o quanto a autora pesquisou para escrevê-lo, mas engana-se quem acha que a leitura é difícil, pelo contrário, é rápida, instigante e só nos faz querer ler mais e mais (por sinal, já quero ler o segundo volume).

“Penso que somos livres para sentirmos tudo a que um ser humano está sujeito, que somos livres para refletir, analisar, pensar e acreditar naquilo que nosso coração se inclinar. Penso que liberdade é ser eu mesma, de maneira integral e viver tudo o que a vida tem para ser vivida em cada fase, sem vergonha ou arrependimentos.”

Mas quero fazer uma ressalva nessa resenha, pois me incomodou muito. O livro tem vários erros de digitação e em certos pontos de gramática, e fiz questão de olhar se o livro havia passado por uma revisão. Sim, ele passou, passou por uma revisão muito mal feita, já que eu em uma rápida leitura encontrei vários. Em minha opinião é uma falta de respeito com a autora, que escreveu um livro com uma trama muito boa.

Querida Editora Insular, por favor, tenha mais atenção com seus revisores, mais carinho com o trabalho dos autores da casa e principalmente com os leitores que são seus clientes. Precisamos de publicações que faça com que a literatura nacional tenha um maior destaque positivo, e não negativo.

Mas de qualquer forma amei a leitura e parabenizo a autora pelo trabalho e pelo carinho!

Por Bia Sousa

Resenha “Sonata em Punk Rock” Babi Dewet

download (5)Livro: Sonata em Punk Rock

Autor: Babi Dewet

Editora: Gutenberg

Número de Páginas: 300

Sinopse: Por que alguém escolheria uma orquestra se pode ter uma banda de rock? Essa sempre foi a dúvida de Valentina Gontcharov. Entre o trabalho como gerente do mercado do bairro e as tarefas de casa, o sonho de viver de música estava, aos poucos, ficando em segundo plano. Até que, ao descobrir que tem ouvido absoluto e ser aceita na Academia Margareth Vilela, o conservatório de música mais famoso do país, a garota tem a chance de seguir uma nova vida na conhecida Cidade da Música, o lugar capaz de realizar todos os seus sonhos.No conservatório, Tim, como prefere ser chamada, terá que superar seus medos e inseguranças e provar a si mesma do que é capaz, mesmo que isso signifique dominar o tão assustador piano e abraçar de vez o seu lado de musicista clássica. Só que, para dificultar ainda mais as coisas, o arrogante e talentoso Kim cruza seu caminho de uma forma que é impossível ignorar. Em um universo completamente diferente do que estava acostumada, repleto de notas, arpejos, partituras, instrumentos e disciplina, Valentina irá mostrar ao certinho Kim que não é só ele que está precisando de um pouco de rock’n’roll, mas sim toda a Cidade da Música.

 

Minha Resenha

 

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Em Sonata em Punk Rock, conheceremos Valentina Gontcharov, uma jovem que transpira música,  e se for punk rock, é com ela mesma. Sua vida se resume a trabalhar muito num mercadinho para ajudar sua mãe com as despesas de casa, as duas moram sozinhas desde sempre, pois o pai de Valentina lhe abandonou ainda bebê com sua mãe.

 

“Às vezes, para assumir a regência de nossas vidas, precisamos trocar a partitura. Afinal, por que alguém escolheria uma orquestra se pode ter uma banda de rock?”

 

Por amar música, seu grande sonho é ir estudar no conservatório Margareth Vilela, esse senho acaba virando realidade, pois ela foi aprovada para ingressar nos estudos. Porém, nada será fácil, pois os gastos para se estudar num lugar como esse é enorme, e ela nunca teria condições.

É aí que do nada, o pai de Valentina ressurge das  cinzas propondo bancar os estudos (o cara é um astro do violino e é podre de rico, mas nunca ajudou Valentina com nada). Mas é claro que Valentina não sabe o que fazer, mas pensando em seu grande sonho ele dá o braço a torcer e aceita a ajuda do pai.

 

“A verdade é que quando se faz o que gosta, tudo começa a fazer sentindo e a valer a pena.”

 

Chegando no conservatório Tim (para os mais íntimos) vê que não será nada fácil, pois de punk rock até a música clássica, há diferenças enormes. Além de ter que passar a viver e uma realidade nada confortável para ela: uma vida luxuosa.

 

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No primeiro dia na Margareth Vilela ela dá de cara com um cara lindo, mas que está passando muito mal no corredor próximo ao seu quarto. Sem pensar duas vezes ela corre para ajudá-lo, mas ela não imaginava o quão insuportável era esse rapaz.

 

“A vida é como uma orquestra; são necessários muitos instrumentos em harmonia para que a música toda faça sentido. Mas, na maioria das vezes, você nem sabe tocar esses instrumentos.”

 

Com o passar dos dias ela descobre que o insuportável era nada mais, nada menos que Kim, filho da diretora do conservatório e o melhor pianista da Margareth Vilela, para piorar, as garotas dariam tudo para falar ou estar perto dele, o que não era grandes coisas para Tim, que passou a ter aquele famigerado ranço da cara dele (confesso que eu também fiquei).

Mas viver próximo  alguém tão insuportável não seria o único problema para Tim. Além de ter um estilo que não agrada as pessoas e por não ter papas na língua, o maior dos seus problemas será aprender a tocar piano até o fim do semestre (ou era isso ou reprovação na certa). É aí que ela tem uma ideia mirabolante, chantagear Kim com um segredo e obriga-lo a dar aulas, e de quebra conseguir com que seus três únicos amigos toquem rock in roll na apresentação no final do semestre.

 

“Se não for difícil, não tem esforço. E, se não tiver esforço, ninguém se torna mais do que medíocre. (…) Se estiver fácil demais, você está fazendo errado.”

 

Meus caros, que livro gostoso! Já havia lido um conto da Babi, mas não esperava que fosse gostar tanto desse livro. Uma história com empoderamento, sororidade, representatividade, muita música e tudo que há de melhor.

Fico muito feliz de ter lido um livro solo da autora e não vejo a hora de poder ler outros, principalmente Alegro em Hip Hop, segundo livro da série Cidade da Música (o primeiro é Sonata em Punk Rock).

 

“Se tem alguém que nunca vai te abandonar, é sua música. É a única coisa em que podemos confiar. É a única coisa que não nos vira as costas.”

 

Se você está a procura de um livro recheado de muita música, com personagens super decididos e que estão em busca dos seus sonhos, tenho certeza que você irá amar essa história.

Por Bia Sousa

Resenha “A Garota do Orfanato Sombrio”, Temple Mathews

A_GAROTA_DO_ORFANATO_SOMBRIO_1529963849787440SK1529963849BLivro: A Garota do Orfanato Sombrio

Autor: Temple Mathews

Tradutor: Denise de Carvalho Rocha

Editora: Jangada

Número de Páginas: 301

Sinopse: Echo Stone acorda suando frio num quarto escuro e desconhecido, sem saber exatamente como foi parar ali. Tentando entender a situação, ela descobre que aquele lugar sombrio é a “Casa do Meio”, um orfanato que abriga crianças e adolescentes. Só tem um problema: Echo não é órfã, seus pais estão vivos! Mas ninguém parece se importar com suas explicações e o único disposto a ajudá-la a fugir dali é Cole. Mas quando a garota consegue voltar pra casa o problema fica ainda pior: uma fita amarela da polícia indica que um crime horrível e violento aconteceu – seu próprio assassinato! Echo está morta e não sabe como isso aconteceu. Desesperada para ter sua vida de volta, ela inicia uma busca para resolver esse enigma e, à medida que cresce a lista de suspeitos, ela descobre que não é a garota boazinha que julgava ser…

Minha Resenha

 

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Echo Stone é uma garota de apenas 16 anos que repentinamente acorda em um lugar que ela não conhece, e nem imagina como ela foi parar lá, intrigante, não é mesmo? Mas logo ela descobre que está na Casa do Meio, e estar nessa casa significava que ela estava simplesmente, morta, isso mesmo, MORTA!

“As pessoas falavam de mim no passado. Eu era passado. Minha vida já era.”

A Casa do Meio é um local intermediário entre os vivos e os mortos. Os moradores dessa casa foram assassinados e estão ali justamente para descobrir quem é o culpado, se vingarem e assim seguir o seu caminho para um outro plano.

Mas o que mais nos deixa agoniado era saber que Echo não tinha inimigos, tinha um bom relacionamento com os pais e tinha um lindo namorado, que a amava com todas as forças, mas ao longo da história podemos perceber que ela não era tão querida, e que algumas pessoas tinha “motivos” para querer lhe ver morta.

“Comecei a me perguntar: o que significava ser humano? Achei que sabia a resposta quando estava viva. Agora que estava morta, não tinha tanta certeza assim. Devia ser mais do que “merdas acontecem e depois você morre”. Qual era o nosso propósito? Será que consistia realmente em ganhar tanto dinheiro quanto possível e se divertir ao máximo antes de bater as botas?”

Na Casa do Meio, Echo contará com a ajuda de novos amigos para descobrir o que aconteceu com ela, como foi sua morte, e quem fez isso, porém esse é um momento doloroso que deve ser comedido devido o turbilhão de sentimentos que atingem a todos.

 

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Que livro incrível! Me surpreendeu como nunca! Eu não estava esperando receber esse livro (acho que recebi por engano), mas foi uma excelente surpresa. A história é totalmente envolvente e que nos deixa ávidos para ler as próximas páginas. Torcemos para que Echo descubra logo o que aconteceu com ela e que consiga sair da Casa do Meio, mas ao mesmo tempo torcemos para que ela fique lá (vocês vão ter que ler para saber o porque eu gostaria que ela ficasse por lá).

“Pensei na ideia de renascer. O conceito me acalmou, mas apenas por um instante. A imagem de Andy surgiu na minha cabeça. Eu não ia conseguir apagá-la e nunca faria isso. Não queria fazer parte de nenhum tipo de existência em que ele não estivesse.”

Com capítulos curtinhos, escrita simples e leitura muito fluída, e por se tratar de um suspense (com uma pitada de romance adolescente), podemos ler esse livro em poucas horas, e lhe garanto, é uma leitura que vale muito a pena.

Uma ótima recomendação para adolescentes, já que o motivo pelo qual Echo foi assassinada serve de alerta para muitos adolescentes. Sem dúvidas, essa é uma leitura que virou uma queridinha e que será muito recomendada.

“É um sentimento péssimo esse de saber que os vivos não podem nos ver.”

PS: Alô Jangada, teremos continuação desse livro? Teve algumas pontas soltas no fim do livro que me deixou super curiosa para saber o que aconteceu no fim das contas com Echo e seus amigos.

Ah, não poderia deixar de falar que a Rapper americana Iggy Azalea adquiriu os direitos para uma adaptação cinematográfica dessa belezinha, que estou mega ansiosa para conferir.

Por Bia Sousa

Resenha “Mais Que Amigos”, Lauren Layne

MAIS_QUE_AMIGOS_1518558262756483SK1518558262BLivro: Mais Que Amigos

Autor: Lauren Layne

Tradutor: Alexandre Boide

Editora: Paralela

Número de Páginas: 224

Sinopse: Aos vinte e dois anos, a jovem Parker Blanton leva a vida que sempre sonhou. Tem um namorado inteligente e responsável, um emprego promissor e a companhia de seu melhor amigo, Ben Olsen, com quem divide um lindo apartamento.
Parker e Ben são tão grudados que muita gente duvida que eles morem sob o mesmo teto sem nunca ter vivido um caso, mas eles não se importam com o que as pessoas pensam. Sabem que não foram feitos um para o outro — pelo menos não para se envolver.
Por isso, quando um acontecimento inesperado faz com que Parker se veja sem namorado e com o coração partido, ela sabe que pode contar com Ben para ajudá-la a sacudir a poeira e partir para outra. Afinal, ninguém seria mais ideal do que seu melhor amigo para lhe mostrar os prazeres da vida de solteiro… certo?
Mais que amigos é uma comédia romântica irresistível!

 

Minha Resenha

 

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O título do livro é bem sugestivo no que diz respeito a história. Parker e Ben são grandes amigos, se conheceram na faculdade e dividem apartamento há alguns anos. Para muitas pessoas, é difícil acreditar que eles são apenas amigos, pois, é complicado acreditar em amizade entre homens e mulheres em alguns casos (mas existe sim, viu?! Tenho amigos homens que são bem próximos.

Ps: Eitaaaa, que eu quero um Ben pra chamar de meu!

Parker é centrada, organizada e leva uma vida tranquila, tranquila até demais no que diz respeito ao seu namorado, que anda lhe evitando, mas em um belo dia ele lhe dá um grande pé na bunda, deixando nossa protagonista bem abalada.

 

Dá para se ter um relacionamento platônico com um cara sem qualquer desejo romântico, fantasia sexual e tentativas fúteis de esconder a dor do amor não correspondido com declarações ingênuas como “eu não gosto dele desse jeito”. Como é que eu sei disso? Como sei que homens e mulheres podem ser melhores amigos sem qualquer envolvimento romântico? Porque sou o lado feminino dessa equação há seis anos.

 

Ben Olsen, faz o tipo pegador, mas no fundo tem um bom coração e se preocupa muito com Parker. Vendo-a passar por esse pé na bunda ele tenta lhe ajudar, mas ele não imaginaria o que estava por vir. Parker queria ser igual a Ben depois desse pé na bunda, ela quer cair matando em geral.

Mas já dá pra imaginar que isso não daria muito certo, né?! E acredite, piora um pouquinho mais. Pois Parker propõe a Ben, que ambos sejam mais que amigos, que sejam parceiros, mas sem compromisso, se vessem que esse relacionamento não estava dando certo iriam parar.

 

“A gente conseguiu contornar todos os clichês sobre homens e mulheres serem amigos, por que não superaria o clichê de que o sexo estraga a amizade?”

 

Meus caros, esses dois são como fogo e gasolina, um casal que chega a aquecer nossos corações. O livro é bem clichê, mas é uma delícia! É claro que dramas e grandes dificuldades sempre aparecem, e como sempre, um embuste para separar nosso casal 10 vai aparecer.

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Gostei muito da leitura, que por sinal e fluída e bem rápida, a autora soube desenvolver bem esse romance, mas não achei tudo isso que estavam falando por aí, o livro é bem normal, a diferença dele é que não é cheio de enrolação e o casal é encantador, fora que o humor desses dois é surreal, se prepare para as gargalhadas.

 

“Ben e eu em uma relação de desapego? Pois é. O apego decidiu dar as caras. E estou totalmente à mercê dele.”

 

Vale lembrar que o livro é beeeem quente, uma pegada hot, então já sabem que não é para todos os públicos, né?!

A capa é muito linda e bem atrativa, uma das primeiras capas com pessoas na frente que realmente gostei, confesso que acabei comprando mais pela capa do que pelo rebuliço que estava em volta desse livro.

 

Houve um tempo em que eu poderia defender Ben. Ser a pessoa que o procuraria neste exato momento e faria um monologo animado sobre estar sendo um idiota, e sobre como seria uma enorme sorte para qualquer garota ser sua namorada. Eu poderia ter feito isso na época, mas as coisas mudaram. Porque tenho medo de acabar dando com a língua nos dentes. De dizer o que não devo. Tipo que eu quero ser essa garota.

 

Pode ter certeza que foi um livro que gostei muito e que me deixou com muita vontade de ler outros livros da autora.

Por Bia Sousa

Resenha “Um Banquete Para Hitler”, V.S. Alexander

36973605_414486082398139_488479695864594432_n (1)Livro: Um Banquete Para Hitler

Autor: V. S. Alexander

Tradutor: Cristina Antunes

Editora: Gutenberg

Número de Páginas: 301

Sinopse: “Eu, Magda Ritter, conheci Hitler.

Eu era uma das quinze mulheres que provavam sua comida, pois o Fürher era obcecado com a possibilidade de ser envenenado pelos Aliados ou por traidores dentro de seu círculo pessoal.

Ninguém, exceto meu marido, sabe o que eu fiz. Nunca falei sobre isso. Eu não podia falar… Mas os segredos que guardei por tantos anos precisam ser revelados.

Às vezes, a verdade me oprime e me apavora. É como uma queda sem fim em um poço fundo e escuro.

Mas, ao escrever minha história, descobri muito sobre mim mesma e sobre a humanidade. E também sobre a crueldade dos homens que fazem leis para se adequarem aos seus próprios interesses.

Eu conheci Hitler… E minha história precisa ser contada.” 

Unindo a história e a ficção, Um banquete para Hitler mostra os extremos de privilégio e opressão sob a ditadura do Fürher, expondo os dilemas morais da guerra em uma história emocionante, cheia de atos de extraordinária coragem em busca de segurança, liberdade e, finalmente, vingança.

 

Minha Resenha

 

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Em Um Banquete Para Hitler, conheceremos Magda Ritter, uma jovem que teve a sua vida devastada pelo nazismo, mas o terror que ela viveu era diário, o horror lhe era servido.

 

“Eu não era uma adivinha, mas me perguntei quão grave minha situação poderia se tornar como uma trabalhadora no Reich.”

 

Devido ataques aéreos no período da Segunda Guerra Mundial, os pais de Magda decide mandá-la para a casa dos seus tios, simplesmente para ter mais segurança para a filha querida. Assim que chegou na casa dos seus tios, acabou ganhando uma condição para morar lá, Magda teria que trabalhar, mas como se sabe, nesse período não era nada fácil conseguir um emprego sem estar associado ao Pardido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

Magda se vê pressionada pela tia e acaba se associando a Liga do Reich, e em poucos dias ela foi chamada para trabalhar, era algo secreto, mas ela não imaginava que emprego era esse.

 

“Algumas pessoas não conseguem sentir cheiro de cianeto. É uma característica genética. Você tem sorte de conseguir; caso contrário, teria que encontrar outro trabalho.” Fiquei chocada com o meu infortúnio. Se eu tivesse mentido sobre o cheiro, poderia ter sido designada como cuidadora da cozinha ou outra tarefa menos perigosa. Em vez disso, através da minha ignorância sobre venenos, tinha garantido meu emprego como provadora.”

 

Nossa protagonista iria trabalhar diretamente com Hitler, ela seria uma das provadoras, uma pessoa de confiança de Adolf Hitler. Como muitos já sabem, Hitler desconfiava de tudo e de todos, e seu maior medo era morrer envenenado. Sim, esse medo também passou a acompanhar Magda, a morte lhe era servida todos os dias.

Com o tempo, ela acaba se acostumando com o trabalho e passa a ter mais contato com algumas pessoas que trabalham para o Führer, ali ela passa a perceber que nem todos se simpatiza por Hitler, mas a grande maioria o idolatrava e acreditava que apenas ele traria a salvação da nação.

 

“Você e outras experimentam a comida do Führer. Seu corpo é oferecido em sacrifício ao Reich no caso de a comida estar envenenada.”

 

Depois de uma tentativa de envenenamento que Magda descobriu, ela passou a ser uma pessoa querida por Hitler, mesmo ele não sabendo que a grande vontade dela era matá-lo com as próprias mãos.

 

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Sobre o que acontece com Hitler muitos já sabem, mas o que me encantou nesse livro foi ver como era a vida do Führer e de quem vivia ao seu redor. Comida, lazer e outras regalias era tido de sobra, enquanto muitas pessoas passavam fome e não conseguiam dormir devido aos bombardeios, durante a leitura pude perceber o quão Hitler era maquiavélico, apesar de na minha opinião ser muito inteligente (pena que utilizou a sua inteligência para o mal).

 

“Estremeci. Minha vida pode acabar aqui. Nem mesmo os bombardeios em Berlim tinham me obrigado a enfrentar minha mortalidade de maneira tão brutal. A ideia de que eu poderia morrer por Hitler me atordoou.”

 

O horror vivido por Magda e o medo que ela sentia diariamente me tocou por diversas vezes (em vários momentos da leitura tive que dar um tempo para digerir os acontecimentos). Mortes, ameaças, abuso de poder, e o que mais me chocou foram como as pessoas eram tratadas e as cenas de estupros.

Além disso, acompanharemos o romance de Magda e Karl, que me emocionou demais, mas já adianto que o núcleo principal do livro não se diz respeito ao romance. Ah, esse é o primeiro livro que tem a Eva (esposa de Hitler) como personagem, gostei muito de conhecer ela.

 

“Como todos na Alemanha podiam olhar para o outro lado? Me perguntei se aqueles que viviam nas cidades ou em fazendas nos arredores dos campos conseguiam sentir o cheiro de carne queimada. Será que olhavam para os céus quando os flocos cinza caíam sobre eles? Como podiam não saber o que estava acontecendo e, se o sabiam, por que não se importavam? Onde estavam as pessoas que precisavam se mobilizar com indignação e horror contra o que o nosso governo estava fazendo?”

 

A história contada nesse livro foi inspirada na de Margot Wölk, que apenas aos 95 anos decidiu contar os horrores que viveu e sobre ter trabalhado para Adolf Hitler.

Em diversos momentos da leitura me via fazendo várias pesquisas sobre esse período horroroso que foi Nazismo, então se você gosta de livros que se passam nesse período, que seja ficcional, mas ao mesmo tempo tem um fundamento real, esse livro é ideal para você, e como vocês já devem imaginar, eu amei demais essa leitura.

Por Bia Sousa